Princípios
Inquieto-me.
Desavisada, atingida
por múltiplos reflexos.
Agito-me.
Sob o pálio das horas, atravessada
de vivas transfixações.
Não há repouso possível
no tortuoso cerne da vontade.
Compassivo parêntese, ou
intervalo de remissão.
Movida por inqualificável sopro,
mão despercebida, irresistível coação.
Dentre os sismos da memória,
a fagulha da criação.
Zingarah
http://lazingarah.blog.uol.com.br/index.html
...
Monday, December 25, 2006
Sunday, December 24, 2006
_Manhã espreguiçadeira_
Hoje acordei meio tantã.
Não com o canto do galo,
mas no primeiro estalo,
do esqueleto da manhã.
Diovvani Mendonça
http://diovmendonca.blogspot.com/
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Hoje acordei meio tantã.
Não com o canto do galo,
mas no primeiro estalo,
do esqueleto da manhã.
Diovvani Mendonça
http://diovmendonca.blogspot.com/
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Thursday, December 21, 2006
Urna
assumo silêncio.
fico quieta
colo os olhos à janela
sem respirar apressado
olho bem pra o mundo
de banda
sem qualquer sentimento
exceto este
que assola as horas
em que finjo
que posso fugir
e fujo.
Val Freitas
http://naselva.com/valeria/
...
assumo silêncio.
fico quieta
colo os olhos à janela
sem respirar apressado
olho bem pra o mundo
de banda
sem qualquer sentimento
exceto este
que assola as horas
em que finjo
que posso fugir
e fujo.
Val Freitas
http://naselva.com/valeria/
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Wednesday, December 20, 2006
Ânua
escoltado por abelhas africanas
o ano se despede
das intenções melíferas ficam:
- uma pedra no caminho
- um poema inacabado
- um barco furado
- um presente no escuro
e todos os sonhos de navegantes à deriva
pergunto aos jornais
sobre esperança
respondem-me com serena insensibilidade
a pedra no telhado de vidro,
a revolta das vísceras,
o enjôo dos dias,
a imparcialidade do relógio
em bocas de lixo e beijos na boca
mas insisto em ver
com os olhos dos sonhos
haverá novas horas
de um mesmo relógio
que à maneira dos esperançados
beijará o primeiro segundo
soletrando estrelas de um dia primeiro
e apesar das incontáveis picadas
da mordaz e histriônica colméia
reinventaremos o mel
Euza Noronha
http://corpusetanima.blogspot.com
...
escoltado por abelhas africanas
o ano se despede
das intenções melíferas ficam:
- uma pedra no caminho
- um poema inacabado
- um barco furado
- um presente no escuro
e todos os sonhos de navegantes à deriva
pergunto aos jornais
sobre esperança
respondem-me com serena insensibilidade
a pedra no telhado de vidro,
a revolta das vísceras,
o enjôo dos dias,
a imparcialidade do relógio
em bocas de lixo e beijos na boca
mas insisto em ver
com os olhos dos sonhos
haverá novas horas
de um mesmo relógio
que à maneira dos esperançados
beijará o primeiro segundo
soletrando estrelas de um dia primeiro
e apesar das incontáveis picadas
da mordaz e histriônica colméia
reinventaremos o mel
Euza Noronha
http://corpusetanima.blogspot.com
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Tuesday, December 19, 2006
já não temo...
já não temo os fantasmas
invoco a todos
que venham em bando
povoar meus dias
atormentar minhas noites
entre tantos
loucos e livres
existe um
que é doce
e que me falta
Alice Ruiz
http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/
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já não temo os fantasmas
invoco a todos
que venham em bando
povoar meus dias
atormentar minhas noites
entre tantos
loucos e livres
existe um
que é doce
e que me falta
Alice Ruiz
http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/
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Sunday, December 17, 2006
EFEITOS ÓTICOS
Quanto mais se envelhece
mais os mortos se aproximam.
Mas a conversa é difícil:
eles usam expressões diáfanas,
ectoplásticas,
e sussurram sombras.
Às vezes,
figuras nos muros grafitam:
outras,
em torno das portas gravitam.
E sempre que se vão,
atravessando tijolo,
concreto, cimento e cal,
nos deixam a confirmação:
— nenhuma parede é real.
Leila Miccolis
http://www.blocosonline.com.br/
...
Quanto mais se envelhece
mais os mortos se aproximam.
Mas a conversa é difícil:
eles usam expressões diáfanas,
ectoplásticas,
e sussurram sombras.
Às vezes,
figuras nos muros grafitam:
outras,
em torno das portas gravitam.
E sempre que se vão,
atravessando tijolo,
concreto, cimento e cal,
nos deixam a confirmação:
— nenhuma parede é real.
Leila Miccolis
http://www.blocosonline.com.br/
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Friday, December 15, 2006
Dos símbolos
Dentro de mim, o mar ressoa
Trabalho de anos
Símbolos que, escondidos, me desenham.
Dentro de mim, púrpuras acendem suscetíveis gotas
Que pingam, lentamente, palavras
Como o mar que ressoa.
Dentro de mim, redes são lançadas
Peixes são arrastados
E palavras riscam o céu de anil.
A pupila do que existe em mim, é o que tenho:
como um jarro cheio até seu limite
De água e desenho.
PHYLOS
http://quintaldaruaacre.blogspot.com/
...
Dentro de mim, o mar ressoa
Trabalho de anos
Símbolos que, escondidos, me desenham.
Dentro de mim, púrpuras acendem suscetíveis gotas
Que pingam, lentamente, palavras
Como o mar que ressoa.
Dentro de mim, redes são lançadas
Peixes são arrastados
E palavras riscam o céu de anil.
A pupila do que existe em mim, é o que tenho:
como um jarro cheio até seu limite
De água e desenho.
PHYLOS
http://quintaldaruaacre.blogspot.com/
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Thursday, December 14, 2006
Máscaras
Mágico é o instante
do encontro das
mãos
Mas tua busca é maior
queres além das mãos
queres a mim inteira
( como se eu inteira
fosse... )
Edinara Leão
http://edinaraleao.blogspot.com/
...
Mágico é o instante
do encontro das
mãos
Mas tua busca é maior
queres além das mãos
queres a mim inteira
( como se eu inteira
fosse... )
Edinara Leão
http://edinaraleao.blogspot.com/
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Wednesday, December 13, 2006
Simetria
Leve folha toca o solo
intento homólogo. Do céu,
icto raio ilumina o branco,
estrai uma labareda, risca
uma chama incontroversa
Forjar o signo
isteiro no cálice
Leve folha toca o solo
e o dizer destilado escorre
do relicário
Lingua,
frágil elo
entre nave e pássaro.
Ana Ramiro
http://girapemba.blogspot.com/
...
Leve folha toca o solo
intento homólogo. Do céu,
icto raio ilumina o branco,
estrai uma labareda, risca
uma chama incontroversa
Forjar o signo
isteiro no cálice
Leve folha toca o solo
e o dizer destilado escorre
do relicário
Lingua,
frágil elo
entre nave e pássaro.
Ana Ramiro
http://girapemba.blogspot.com/
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Monday, December 11, 2006
acordar essa noite...
acordar essa noite
dos meus olhos
deixar o dia escorrer
tinta óleo
pelas ruas
sem você
ver Van Gogh
em todo amarelo
que pintar
acordar essa noite
do olhar
deixar amanhecer
mesmo sem
você
outro dia
outra paisagem
outras cores
coragem
acordar meus olhos
dessa noite
arrudA
http://saudadedopapel.zip.net/index.html
...
acordar essa noite
dos meus olhos
deixar o dia escorrer
tinta óleo
pelas ruas
sem você
ver Van Gogh
em todo amarelo
que pintar
acordar essa noite
do olhar
deixar amanhecer
mesmo sem
você
outro dia
outra paisagem
outras cores
coragem
acordar meus olhos
dessa noite
arrudA
http://saudadedopapel.zip.net/index.html
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Saturday, December 09, 2006
Rico e Plural
Isso de ti
tem um que de saudade
um contínuo transcender-se
um que de intimidade
um permanente imaginar-se
Isso de ti
meio mata meio mar
os olhos
não conseguem decifrar
Isso de ti
sei lá porque
tem um que de insano
um constante desvendar-se
Andréa Motta
http://jardimdepoesia.blog.uol.com.br/
...
Isso de ti
tem um que de saudade
um contínuo transcender-se
um que de intimidade
um permanente imaginar-se
Isso de ti
meio mata meio mar
os olhos
não conseguem decifrar
Isso de ti
sei lá porque
tem um que de insano
um constante desvendar-se
Andréa Motta
http://jardimdepoesia.blog.uol.com.br/
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Wednesday, December 06, 2006
as roupas...
as roupas
guardam você
na ausência
no adeus
na morte
vestem você
de medo
de pesares
de angústia
despem você
de sonhos
de esperança
de amanhãs
(avessas ao tempo,
imunes às palavras,
dizem apenas
o que precisam dizer)
Douglas D
http://amoresfunebres.blogspot.com/
...
as roupas
guardam você
na ausência
no adeus
na morte
vestem você
de medo
de pesares
de angústia
despem você
de sonhos
de esperança
de amanhãs
(avessas ao tempo,
imunes às palavras,
dizem apenas
o que precisam dizer)
Douglas D
http://amoresfunebres.blogspot.com/
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