Dois Olhos Arregalados
I
Estou ficando seco.
E frio.
Como o vento, velho tormento,
Estou chegando ao raso, quase vazio.
Meus sentimentos vão como uma cascata de dominó.
Que fazer se já derrubaram a primeira casa?
Minhas ilusões eram como balões de gás na mão de uma criança.
Voaram.
'Prum' céu azul e nublado, até o infinito dos meus olhos.
II
Azedo, busco cerveja e café.
Amargos.
Há marcas difíceis de apagar.
E ao mesmo tempo difíceis de se ver.
Os subterfúgios me dão sobrevida.
E estranham meu gosto gasto.
Até que mesmo o tempo acalma, demonstra, delonga.
O inverno se faz ano.
E só às manhãs lhes cabe outono.
Estou parando em duas estações.
E do trem só se vê fumaça.
Leandro Jardim
http://florespragasesementes.blogspot.com/
...
Tuesday, October 03, 2006
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2 comments:
mas desse jardim, só sai trem bão!
parabens wilson, pelo seu OlhObservadOr, de bons poemas.
MontanhosoAbraçoDasMinas.
É, às vezes o céu limpo não impede que vejamos tudo nublado...
Olá Wilson,
Adorei a surpresa de ver este poema selecionado... eu o adoro e é muito saber que ele te toca e aos outros. Sinal bacana também de que você deu uma vasculhada nos meus escritos... agradeço a atenção! No mundo de hoje em que o tempo nos foge é um grande presente ser lido.
Hoje esses sentimentos me tomam também e me alegra coincidência... estou feliz que o pessoal que conhece meu blog há pouco tempo poderá conhecer este poema neste momento!
Valeu também o Diovvani, sô!!! E faço meus os elogios dele ao seu "OlhObservadOr"!
abração
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