Wednesday, March 07, 2007



UNA CARTA PARA DIOS, do escritor argentino ALBERTO ANTONIO SORIA (edição bilíngüe),
lançado na data de seu falecimento (5/3/2003, Pará).
Homenagem de sua esposa Heliana Baía Evelin Soria, tradutora da obra

LXI



Trazendo coisas para a memória
confesso não ter recordação
de quando vi o Sol pela primeira vez
e mais triste ainda ,
não sei quando o verei pela última vez

ALBERTO ANTONIO SORIA


leia mais em BLOCOS

2 comments:

linfoma_a-escrota said...

Nós reflectimos no passado, sorrimos
Sem conjunto, tornamo-nos ignóbeis retardados
Fora do tempo presente, vemos imagens
Que os estrangeiros que pensavam estar coNNosco
Nunca verão, já passaram, teve piada e
Sorrimos em conjunto, mas quando eles
Se fartam, chegam e apercebo-me que não
Estou louca, apercebo-me que tenho
A certeza
Porque a perfeição é a indecisão
De estar de fora e querer saber o que se passou,
O que teve assim
Tanta piada
E pergunto:
Onde está o montador que reescreverá
O que será que estamos a relembrar,
O que tu quiseres
Respondo,
E afastam-se porque outros chegaram e
Substituíram o silêncio com poltronas novinhas em folha,
Canhões e culpa
Para transcrever o que transforma
O passado em presente, mas como,
Como crescem os anormais?

Uma gola porca que enoja,
Na repartição grossa do consulado
Pestilam peidos de feijões de pistões
Sem chance de se despegarem do perpetrado
Monturo retorto onde marcam apontamentos,
Retiro-me...

Dia de teatro,
Piso os nenúfares de benjoim
Com cuidado.

É toleima
Arriscar a aids
E dançar, dançar, dançar...

Finalmente na garagem tocamos a corneta,
No tocante explicite-se, um caralho
Sugere sempre apuros,
Já garatujava a minha filha:
“Não podes adular tanto papá:
Aladeia e assaca!”

Sob o lote trinado numa praia de socalcos, o prédio tinha implodido
Na caterva, sem sandálias, esbarrei com o sândalo-mor,
Gostou de mim por isso mesmo e...

inédito 2007
WWW.MOTORATASDEMARTE.BLOGSPOT.COM

Anonymous said...

Obrigada pela divulgação, Wilson. Poeta grande é assim: generoso.
Abraços, Leila